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A verdadeira Pilantragem... de Carlos Imperial...

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Dos mesmos diretores de 'Uma Noite em 67', 'Eu Sou Carlos Imperial' resgata memória de um dos personagens mais cafajestes, sarristas e polêmicos da cena cultural brasileira.

Carlos Imperial foi produtor musical, compositor, cantor, ator, diretor de cinema, um dos pioneiros do rock nacional, apresentador de TV, colunista de jornal, produtor teatral, dirigente de futebol, político e, acima de tudo, um grande polemista. Ele foi o responsável por revelar nomes como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Elis Regina, Wilson Simonal, Tim Maia, Paulo Silvino, entre outros artistas brasileiros. O “Rei da Pilantragem”, como é conhecido, é o personagem central do documentário Eu Sou Carlos Imperial, de Renato Terra e Ricardo Calil.

O longa-metragem dos mesmos diretores do documentário Uma Noite em 67 relembra muitas das traquinagens e “cafajestagens” do capixaba mais carioca do Brasil. Além de declarações de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Eduardo Araújo, Tony Tornado, Paulo Silvino, Dudu França e dos filhos Maria Luiza e Marcos Gracie Imperial, o filme traz depoimentos de arquivo do próprio artista. Um dos destaques é uma entrevista que ele concedeu ao jornalista Paulo César de Araújo, considerada até então inédita.


As lembranças da família, dos amigos e parceiros acabam se misturando com histórias verdadeiras e outras encenadas por Imperial. Algumas de suas mais famosas mentiras são relembradas no filme, como por exemplo quando ele espalhou que Asa Branca, de Gonzagão, tinha sido gravada pelos Beatles. Outra lorota memorável é sobre o tiro que levou no joelho na prisão de Ilha Grande, quando foi preso pela ditadura militar por ter enviado para vários generais um cartão Natal no qual aparece nu em uma privada fazendo a pose da escultura O Pensador, de Rodin, com a mensagem “Que Papai Noel não faça no seu sapato o que eu estou fazendo neste cartão”.

Roberto Carlos: o Cara do ditador Pinochet

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E garoto propaganda da Rede Globo, até hoje.

“Naturalmente no puedo dejar de decir, gracias, muchas gracias senõr presidente. Muchas gracias Dom Augusto Pinochet”.

(Roberto Carlos)

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Documentos da ditadura revelam nomes de colaboradores do regime no meio artístico. São citados Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo, Wanderley Cardoso, Simonal, Rosemary, entre outros.

Durante a ditadura militar no Brasil, alguns artistas viraram colaboradores do regime – seja por simpatizarem com os governos militares ou por pura covardia – passando informações sobre o que acontecia no meio artístico e participando de atos realizados nos quartéis.

No documento em anexo produzido pelo Centro de Informações do Exército (CIE), classificado como informe interno e confidencial, o CIE reclama que alguns veículos intitulados pelos militares de “imprensa marrom” (tal qual O Pasquim) estariam fazendo campanhas contra alguns artistas amigos e colaboradores da ditadura. O informe difundido para outros órgãos da repressão política sugere que esses artistas “amigos da ditadura” sejam blindados, protegidos.



Enquanto isso...

Chico, Vandré, Elke, Caetano, Gil, Milton e tantos outros eram perseguidos pelo regime militar que assolou o Continente..

Senado aprova PEC do Ecad em sessão com participação de Caetano Veloso e Roberto Carlos

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Diante de muitos músicos de fama nacional, o plenário do Senado aprovou ontem à noite (3) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que define as condições de arrecadação e distribuição de direitos autorais de obras musicais. 
Conhecida como PEC do Ecad, a matéria altera a maneira como o Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad), repassará os direitos dos músicos e estabelece formas de fiscalização da arrecadação desses direitos.
Pela proposta aprovada, o Ecad passa a ser fiscalizado por um órgão específico e precisa prestar informações precisas sobre a distribuição dos recursos. O relator, senador Humberto Costa (PT-PE), acatou emenda do líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), que estabelece que o órgão fiscalizador deverá ser ligado à administração pública, mas não necessariamente ao Ministério da Cultura.

Outra emenda do líder oposicionista que foi acatada estabelece que as emissoras de rádio e televisão terão prazo até o dia 10 de cada mês para repassar ao Ecad a lista com as músicas que foram utilizadas no período, o que deve facilitar a cobrança e a fiscalização sobre o repasse dos recursos.

Outra mudança que a proposta faz é em relação aos créditos retidos quando o Ecad não identifica os autores da obra. Pelo texto, essas arrecadações só podem ficar retidas durante cinco anos e, depois, precisam ser distribuídas proporcionalmente pelos detentores de direitos. A mudança evita que o dinheiro seja usado para equilíbrio de finanças ou pagamento de prêmios, por exemplo.

O projeto foi proposto após a apresentação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ecad, que funcionou no Senado no ano passado. Hoje um grupo de cerca de 20 artistas, que incluía nomes como Caetano Veloso, Erasmo Carlos, Roberto Carlos, Lenine e Carlinhos Brown, acompanhou as negociações para a votação e alguns deles tiveram reuniões com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com a presidenta Dilma Rousseff. Eles foram acompanhados pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, e depois assistiram à sessão de votação da PEC.

Chico Buarque: “Nos anos 70 a TV Globo me proibiu. Foi além da Censura”.

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“Proibiu por conta própria imagens minhas e qualquer menção ao meu nome. 

Amanhã a TV Globo pode querer me homenagear. Buscará nos arquivos as minhas imagens mais bonitas. Escolherá as melhores cantoras para cantar minhas músicas. Vai precisar da minha autorização. Se eu não der, serei eu o censor”.
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Penso eu.

Pensei que o Roberto Carlos tivesse o direito de preservar sua vida pessoal. Parece que não
Também me disseram que sua biografia é a sincera homenagem de um fã. Lamento pelo autor, que diz ter empenhado 15 anos de sua vida em pesquisas e entrevistas com não sei quantas pessoas, inclusive eu. Só que ele nunca me entrevistou.

O texto de Mário Magalhães sobre o assunto das biografias me sensibilizou. Penso apenas que ele forçou a mão ao sugerir que a lei vigente protege torturadores, assassinos e bandidos em geral. Ele dá como exemplo o Cabo Anselmo, de quem no entanto já foi publicada uma biografia. A história de Consuelo, mulher e vítima do Cabo Anselmo, também está num livro escrito pelo próprio irmão.

Por outro lado, graças à lei que a associação de editores quer modificar, Gloria Perez conseguiu recolher das livrarias rapidamente o livro do assassino de sua filha. Da excelente biografia de Carlos Marighella, por Mário Magalhães, ninguém pode dizer que é chapa-branca. Se fosse infamante ou mentirosa, ou mesmo se trouxesse na capa uma imagem degradante do Marighella, poderia ser igualmente embargada, como aliás acontece em qualquer lugar do mundo. Como Mário Magalhães, sou autor da Companhia das Letras e ainda me considero amigo do seu editor Luiz Schwarcz. Mas também estive perto do Garrincha, conheci algumas de suas filhas em Roma. Li que os herdeiros do Garrincha conseguiram uma alta indenização da Companhia das Letras. Não sei quanto foi, mas acho justo.

Falta amor ao próximo

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Afirma a  médica cubana Lourdes Mann.

"Estou feliz. Todos me receberam muito bem. Dizem que sou bem-vinda. Não quero enriquecer. Quero ajudar as pessoas daqui", diz Lourdes Mann, médica cubana que vai passar 3 anos no Brasil

Enriquecer não está entre as prioridades da doutora cubana Lourdes Richardson Mann, selecionada para atuar pelo programa Mais Médicos em Cristal, no Rio Grande do Sul.

Nascida em Caimanera, província de Guantánamo, Lourdes passa, aos 42 anos, a imagem de uma mulher segura, confiante e focada no objetivo de oferecer, pelas próprias mãos, saúde gratuita para a população mais carente, sem condições de pagar por uma consulta particular.

Lourdes Mann fala sobre seu primeiro mês no país e suas impressões em um território bem diferente de sua origem socialista. “O Brasil vive um problema de falta de caridade humana. Falta amor ao próximo”, interpreta. Em relação à resistência da classe médica ao Mais Médicos, ela não demonstra tanto espanto. “Não vejo nada estranho nisso. É um programa novo, pouca gente conhece. Nós, cubanos, estamos preparados para isso. Não viemos para enriquecer, temos um conceito diferente, um conceito revolucionário. A vida vem primeiro”, diz.

A médica, mãe de três filhos, também relata a experiência vivida durante cinco anos na Venezuela, onde havia, à época, um programa semelhante ao que é realizado hoje no Brasil. O período na terra de Hugo Chávez ainda lhe ajudou a garantir a participação no programa brasileiro.

Antes mesmo de chegar ao país, já estava familiarizada com os costumes locais. Em Havana, onde morou por cinco anos entre uma viagem e outra, ouviu clássicos de Roberto Carlos e o embalo do samba de Alexandre Pires. Agora, nas horas vagas, além de falar com os filhos, tenta aprender a sambar.

 “A comida é muito boa. A música também. Ainda não escutei a música tradicional dos gaúchos. Gosto de samba. Minhas colegas do posto de saúde estão me ensinando a sambar. Isso quando não temos pacientes”, conta.

Confira a entrevista com a médica cubana.

Santa Ceia da Bossa Nova

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Quando a Bossa Nova surgiu houve uma grande mudança, uma sofisticação que atingiu a letra, a harmonia e a melodia. Antes, havia melodias bonitas, produzidas por Ary Barroso, Custódio Mesquita, Dorival Caymmi, este, uma espécie de precursor da Bossa Nova.

Havia muita gente importante, como Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Dircinha e Linda Batista. Isso era a grande música popular brasileira. Era a música popular mesmo, porque a Bossa Nova, para mim, é música popular de câmera, não é música popular.

A Bossa Nova foi um tipo de música feita pela classe média para atender a própria classe média. Quando se fala de influências houve a do impressionismo europeu e do jazz norte-americano.

O que diferenciava a harmonia da Bossa Nova da harmonia tradicional? Era alguma coisa elaborada, com elementos do jazz e do impressionismo na parte técnica. A melodia também ganhou uma sofisticação, algo blue note, com muita nota alterada, coisa que o povo não cantava. As melodias do povo são mais simples. Por incrível que pareça, as harmonizações passaram também a dar uma nova cara harmônica às músicas antigas, as populares.

Nara, Chico, João e Maria

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Nara Leão completaria em janeiro de 2016, 74 anos.

E, com certeza, cantaria ainda mais serena, sempre lembrando de sucessos da Bossa Nova e descobrindo novos ritmos.

Sim, descobrindo, porque foi Nara que chamou a atenção e reuniu em sua casa, em Ipanema, nomes como Vinicius de Moraes a novos talentos, entre eles, Edu Lobo, Carlos Lyra e Toquinho.

Ainda foi pioneira na interpretação de versões de grandes sucessos da música internacional, mas com letras que eram transformadas para a realidade brasileira pelas mãos de Nelson Motta.

Outra novidade: gravou Roberto Carlos em uma época em que os nomes ligados a Bossa nem se relacionavam com os chamados ídolos do Iê Iê Iê.

Nara era assim, suave e cheia de energia. 

Morreu muito jovem, aos 47 anos. 


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Fonte: EBC

Ninguém sabe quem é o autor dessa coisa, mas é uma coisa certa e muito bem bolada!

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A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. 

É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.

A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".

Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego).

Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha.

Em Olinda, o bloco carnavalesco "Segura a Coisa" tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o "Segura a Coisinha".

Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.

Quando o problema está no DNA, há tratamento. Cura não

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Estuprador, pedófilo, bandido - independente da classe social, agressor e golpista, por essência, sempre conservarão o seu DNA criminoso.

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Os mais desatentos podem não ter percebido ontem à noite, logo no inicio da mini série Tapas e Beijos – nome horroroso, o que fez a rede Globo. 

Sem mais nem menos a emissora jogou um submarino e um torpedo na cara dos brasileiros.

- O submarino foi à música “Eu te darei o céu meu bem...”, de Roberto Carlos, o eterno “garoto propaganda” da emissora e dos governos militares do Brasil e do Chile.

-O torpedo, foi à música hino da ditadura militar brasileira “Noventa milhões em Ação...”, - acompanhada por legendas numéricas regressivas -, usada pelos milicos para amortizar os efeitos da sangrenta ditadura que assolou o país, em plena Copa do Mundo no México, quando o Brasil foi campeão.

E aí, eu fiquei me perguntando: porque noventa milhões se a população brasileira já passa de 200 milhões? Porque dentre tantas músicas cantadas em plena Copa 2014 a escolhida foi esta?

Burguesa é a sociedade. Não a Imprensa

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Burguesa ideologicamente, e hipócrita.

Com os seus desvios burgueses e reacionários.

Não foi a “imprensa burguesa” a responsável pela prisão de 11 réus condenados pelo escândalo do mensalão no último fim de semana. Mesmo como desabafo indignado ou recurso retórico a denúncia é equivocada. Repetida pelos encarcerados que faziam parte da direção do PT na época em que o caso veio à tona, revela surpreendente inabilidade e falta de inspiração. A explicação de Henrique Pizzolatto, ex-dirigente do Banco do Brasil que escapou para a Itália, é mais lógica e pertinente – alegou ser vítima de um erro judiciário, queria um julgamento justo. Mandou-se.

A “imprensa burguesa” é culpada de inúmeros pecados, aberrações e desatinos, mas o fato de ser burguesa não é sua culpa: burguesa é a sociedade que a criou e sustenta. O país que lhe fornece valores e mentalidades é espiritualmente burguês. Mais do que isso: pequeno-burguês. Inclusive algumas de suas vanguardas.

Saudades do pai da Graúna

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Do Orelhão, Fradim, Zeferino, bode Orelana e do paranoico Ubaldo, entre outros.

Ele é o Henrique de Souza Filho, conhecido mundialmente como Henfil.

Assim como outros dois de seus irmãos — o sociólogo Betinho e o músico Chico Mário, herdou da mãe a hemofilia.

Estreou em 1964 na revista Alterosa e em 1965 passou a colaborar com o jornal Diário de Minas. Também teve trabalhos publicados no Jornal dos Sports e nas revistas Realidade, Visão, Placar e O Cruzeiro. Em 1969 mudou-se para o rio de Janeiro e passou a trabalhar no Jornal do Brasil e no O Pasquim.

Com o endurecimento da ditadura militar e a edição do AI-5 — garantindo a censura dos meios de comunicação, e os órgãos de repressão prendendo e torturando os "subversivos" , Henfil, em 1972, lançou a revista Fradim pela editora Codecri.

Fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), Henfil passou toda sua vida a defendendo o fim do regime ditatorial militar instalado no Brasil passava. 

Quando em 1972 Elis Regina fez uma apresentação para o exército brasileiro, Henfil publicou em O Pasquim uma charge enterrando a cantora, apelidando-a de "regente" — junto a outras personalidades que, na ótica dele, agradariam aos interesses do regime, como os cantores Roberto Carlos e Wilson Simonal, o Jogador Pelé e os atores Paulo Gracindo, Tarcísio Meira e Marília Pêra. Anos mais tarde, o cartunista disse que se arrependia apenas de ter enterrado Clarice Lispector e Elis Regina.

Após uma transfusão de sangue acabou contraindo o vírus da AIDS. Faleceu vítima das complicações da doença no auge de sua carreira, com seu trabalho aparecendo nas principais revistas brasileiras.

Hoje ele completaria 70 anos de vida.

A memória que me contam

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Sala de espera.

Esse era o título original do filme de Lúcia Murat, diretora de Que Bom Te Ver Viva, que deverá entrar em cartaz, em Goiânia, em julho ou agosto. A realizadora optou, porém, por A memória que me contam. A produção cinematográfica tem no elenco Simone Spoladore, Irene Ravache e Franco Nero. Ex-guerrilheira, Ana, interpretada por Simone Spoladore, é o elo entre um grupo de ex-revolucionários que lutou contra a ditadura civil e militar no Brasil (1964-1985). Ela está em fase terminal em um quarto de hospital. Os seus amigos encontram-se na sala de espera. Entre eles, Irene (Irene Ravache), cineasta, que ainda "elabora" a prisão do marido Paolo (Franco Nero), acusado de matar duas pessoas em um atentado na Itália. 
O filme é inspirado na vida de Vera Silvia Magalhães, estudante que integrou a Dissidência da Guanabara, depois MR-8, que participou da captura do embaixador dos EUA no Brasil, em 1969, Charles Burke Elbrick, foi presa, torturada, ficou com 37 quilos, acabou trocada por um diplomata alemão, viveu no exílio e morreu em 2007. Quem relata a  sua história é o historiador Daniel Aarão Reis Filho, hoje na Rússia, de onde falou com exclusividade ao Diário da Manhã sobre os anos de chumbo. Leia a íntegra da entrevista:

DM - Lúcia Murat dedica o filme a Vera Silvia Magalhães: quem foi ela?

Daniel Aarão Reis Filho - Vera foi uma grande mulher e uma grande revolucionária. Suas propostas revolucionárias, ao contrário da grande maioria de seus companheiros/companheiras, não se esgotavam na dimensão política, mas alcançavam também a esfera dos costumes, das relações pessoais. A rigor, o movimento revolucionário no Brasil dos anos 60, em contraste com que o aconteceu em alguns países da Europa e, sobretudo, nos EUA, não se caracterizava por um questionamento às tradições da "vida privada", ou seja, o complexo mundo das relações pessoais. Foi nesta esfera que Vera Silvia incursionava, quebrando tabus e concitando os/as companheir@s a pensar revolucionariamente suas vidas afetivas. Esta atitude, que a caracterizou até o fim de seus dias, suscitou muita incompreensão. Há muita gente que tenta esconder ou ocultar, ou não valorizar devidamente, esta dimensão da vida política da Vera, o que prejudica a compreensão de sua trajetória.

DM - Vera Magalhães era da Dissidência da Guanabara? O que era a DG?

Daniel Aarão Reis Filho - A Dissidência da Guanabara/DI-GB, a organização mais charmosa da esquerda revolucionária brasileira, surgiu no movimento estudantil do então Estado da Guanabara (desaparecido com a fusão com o "velho" Estado do Rio de Janeiro, um ato imposto pela ditadura nos anos 1970). 

Fio maravilha, nós gostamos de você!

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Maria Alcina: Fio maravilha (VII FIC - 1972).

Considerado como o último grande evento da Era dos Festivais, o VII FIC - Festival Internacional da Canção - 1972 - entrou para a história por revelar grandes nomes da MPB, como Raul Seixas, Fagner, Belchior, Alceu Valença, Sérgio Sampaio, Hermeto Pascoal, Renato Teixeira, Oswaldo Montenegro, Rildo Hora, Ruy Mauriti e outros compositores e intérpretes. Mas a grande revelação feminina foi, sem dúvida, a mineira Maria Alcina, que incendiou o Maracanãzinho com "Fio maravilha", de Jorge Ben. Fato curioso é que tanto a música quanto o compositor mudaram os nomes: Jorge Ben é hoje Jorge Ben Jor (devido a confusão que se fazia no exterior com o músico norte-americano George Benson, que teria recebido direitos autorais em nome do brasileiro) e "Fio Maravilha", por causa de um processo inexplicavelmente movido pelo ex-jogador Fio, homenageado por Ben Jor, virou "Filho Maravilha".



O festival, porém, foi realizado em momento muito conturbado da política pela ditadura militar. Foi durante este período do governo Médici (1969 - 1974) que houve as maiores repressões da ditadura, não só às artes, mas também aos contestadores do regime e aos meios de comunicação, que sofreram violenta censura, impedindo a população de ser informada sobre o que estava acontecendo. A própria Maria Alcina, pela sua forma irreverente de se apresentar, foi considerada um "atentado à moral e aos bons costumes" e acabou censurada na TV pela ditadura em todo o Brasil, chegando a responder processo, segundo declarou em entrevistas.

Para selecionar as 30 músicas, entre as 1.912 inscritas, compunham a comissão: César Camargo Mariano, Julio Medaglia, Roberto Freire, Décio Pignatari e Sérgio Cabral. Esses três últimos viriam participar também do júri, juntamente com Mário Luís Barbato, Rogério Duprat, Alberto de Carvalho, João Carlos Martins, Guilherme Araújo, Big Boy e Walter Silva. A cantora Nara Leão presidiu o júri que classificou 14 músicas para a final. Esse júri, contudo, foi afastado da final nacional por ordem dos militares, que não gostaram de entrevista dada por Nara Leão ao Jornal do Brasil, fazendo duras críticas ao governo. Um novo júri de gringos selecionou duas músicas para a competição internacional, gerando uma série de protestos e pancadaria.

Na final nacional, Roberto Freire, ao tentar ler um manifesto representando o júri expurgado, foi arrastado do palco e brutalmente espancado. No manifesto, depois lido com algumas alterações pelo apresentador Murilo Nery, defendia-se a escolha de "Cabeça", de Walter Franco, e "Nó na Cana", de Ari do Cavaco e César Augusto. Entretanto, as canções ganhadoras na fase nacional foram "Fio Maravilha" e "Diálogo", samba de Baden Powel e Paulo César Pinheiro, interpretado por Cláudia Regina e Baden. Nenhuma das composições brasileiras saiu vitoriosa na fase internacional. O povo teve que se contentar com a menção honrosa dada a "Fio Maravilha". 

Quem levou o primeiro lugar foi o americano David Clayton Thomas, com "Nobody Calls me a Prophet". Alguém conhece?

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No Dia Nacional do Samba...

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Noel Rosa é homenageado com lançamento de DVD coproduzido pela TV Brasil

Um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB) de todos os tempos, Noel Rosa (1910-1937) foi o mais importante compositor da chamada Época de Ouro, na qual, por meio do rádio, cantores e canções se tornaram, pela primeira vez no país, fenômenos de comunicação de massa. Em sua curta vida – morreu de tuberculose antes de completar 27 anos –, o poeta da Vila compôs 227 músicas, entre elas algumas obras-primas cantadas e  regravadas por intérpretes das gerações posteriores.

Nesta segunda-feira (2), Dia Nacional do Samba, Noel Rosa recebe homenagem especial com o lançamento, em DVD, do filme Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo, uma coprodução da TV Brasil e da produtora Cinemar. O evento, às  17h30, na Livaria Folha Seca, reduto de apreciadores do samba de raiz na Rua do Ouvidor, 75, no centro do Rio, marca também o sexto aniversário da emissora pública, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O documentário surgiu de uma série de reportagens, em cinco episódios, que foi ao ar na TV Brasil em 2010, homenageando o centenário de Noel Rosa. O roteiro e a direção foram do jornalista Dácio Malta, que na ocasião estava escrevendo um espetáculo sobre o centenário do compositor.

Resultado de 20 meses de pesquisa, a produção foi realizada em apenas seis semanas, reunindo mais de 60 horas de gravações, além de dezenas de arquivos sonoros, fotos, partituras e originais de Noel. A produção executiva foi de Roberto Faissal e a direção musical ficou a cargo do cantor e compositor Zé Renato, que em 2001 gravou o álbum Filosofia, uma dupla homenagem a Noel Rosa e a Chico Buarque, outro grande nome da MPB que teve no poeta da Vila uma de suas maiores influências.

E... a Dama de ferro não virou santa

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Liverpool
Iron lady? Rusti in peace.

A morte de Margaret Thatcher de alguma forma provocou um fenômeno raro, não só na própria Grã -Bretanha como também em várias partes do mundo. Desta vez a morta não virou santa, muito pelo contrário. Foi hostilizada pelos que sofreram as agruras do modelo neoliberal implantado pela dama de ferro.

A torcida do Liverpool, pelo menos desde 1989 quando ocorreu um episódio repressivo sangrento com mais de 90 mortos, cantava com palavras comemorativas a morte da dama de ferro. Além disso, a política de Thatcher fez muito mal aos trabalhadores da região. Antes mesmo de se tornar primeira ministra, ao ocupar o Ministério da Educação, Margaret Thatcher cortou o leite das crianças nas escolas.

Quando Augusto Pinochet estava em prisão domiciliar em Londres aguardando pedido de extradição para a Espanha feito pelo juiz Baltazar Garzón, madame Thatcher visitava o ex-ditador e  agradecia a ele por ter ajudado o Reino Unido durante a guerra das Malvinas. Thatcher chegou até a afirmar que Pinochet restabeleceu a democracia no Chile.

Por que e para que tanta pressa?

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Há exatamente um mês e três dias, parlamentares de todos os partidos se revezavam na tribuna para defender o senador goiano, hoje isolado e sem partido. Veja o que disse cada um deles.
Bem que o presidente do DEM e hoje líder do partido no Senado advertiu na ocasião: “A cautela recomendava que as pessoas não fizessem qualquer tipo de aparte”. Porém, ele próprio se traiu. E na companhia de outros 43 colegas. 

“Mas este Plenário, sábio como é, pela voz dos seus líderes, dos seus integrantes, reduziu o fato à sua real dimensão. [...] Vossa Excelência não cometeu nenhuma afronta à ética!”, emendou José Agripino (RN).

A sessão de 6 de março do plenário do Senado passará à história pelo desagravo coletivo ao senador Demóstenes Torres (então DEM-GO), acusado de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Será lembrada também pelo corporativismo explícito de boa parte dos 44 aparteantes e pelo derradeiro voto de confiança de um diminuto grupo de parlamentares que, a exemplo de Demóstenes, também empunha a bandeira da ética e do combate à corrupção.
Um mês depois da encenação, Demóstenes está sem partido e só. Esses mesmos senadores que o apoiaram agora convivem com o constrangimento e a decepção. Muitos se dizem traídos pelo colega após o desdobramento das investigações, que jogaram por terra a retórica desfilada naquele dia, quando o senador usou o aparato de comunicação do Senado para mentir que mantinha apenas relação de amizade com o contraventor.

Confira abaixo trechos das loas proferidas em plenário por cada um dos aparteantes, por ordem de registro*:

A loucura do coração, no coração da loucura

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'Nise - o coração da loucura' é um filme que deve fazer parte do ensino e pesquisa das universidades brasileiras tanto na área artística quanto médica.

Um sinal do coração basta para que se abra um paraíso ou um inferno. Um limbo talvez se a batida paradisíaca ou infernal, irrompendo-se de repente e ao mesmo tempo, for do mesmo tom e intensidade, quando uma se contrapõe à outra. Esta é a sintonia-espera-distonia, a loucura, de cada coração no decurso de sua sinfonia quotidiana.

Nise: o coração da loucura, filme dirigido por Roberto Berliner, leva o coração a descompassar nos três estados evocados. As sequências de cenas transportam sentimentos de um lado a outro da tríade. Um rio de três margens ao se abrir um vértice de terra no meio do leito principal.

Enquanto o coração navega por esse rio, às vezes sombrio, outras ensolarado, muitas vezes caleidoscópico, quase nunca apaziguado, a tela se faz coração e pulsa pelos personagens que se encontram e desencontram entre si através de seus conflitos internos. Densamente povoados.

De fato, o filme se intromete no interior dos espectadores, em cada coração, e cada espectador ao revés vê seus sentimentos reverberados na tela. Uma conjugação de sentimentos visuais e sanguíneos na sequência de um roteiro limpo, exato, doce e seco, tateando como convém na busca da expressão da loucura.

Nise era bem assim. Limpa, exata, doce e seca, mas da textura do outono aprazível, não a do inverno cortante. Não era de poses melodramáticas, superficiais, contidas ou abundantes. Dizia muito em pouco. Seus olhos eram o mapa de seu coração, além de seus gestos largos ao se estenderem no trato do outro para compreender e enlaça-lo.



Uma folha seca saída do galho de uma frondosa árvore. Desce lenta, suave, tranquila, ave sem asas. Até se deitar mansamente no solo. Na verdade, o solo a espera desde seu desprendimento para acolhe-la de corpo inteiro. Admirado. Ninguém passou por Nise sem ser aguilhoado no doce ou no seco.

A PEC 37, sobre o papel do Ministério Público

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O programa Brasilianas (TV Brasil) sobre a PEC 37 trouxe boas luzes à  discussão. 

A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) visa retirar do Ministério Público o poder de investigar.

No sistema jurídico brasileiro há três instituições  complementares.: a Polícia, a quem compete tocar os inquéritos; o Ministério Público, que oferece a denúncia; os advogados, que defendem os réus e o juiz que julga a ação.
O programa juntou quatro especialistas, dois a favor da PEC – Luiz Carlos Freitas Magno e Edson Alfredo Smaniotto, da polícia -, José Robalinho Cavalcanti, da Associação Nacional dos Procuradores da República, e o advogado Pedro Serrano.
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Cinco Séculos de Música no Rio: e tudo começou com os Tubinambás

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“Homens selvagens não cessaram de dançar e cantar de um modo tão harmonioso que ninguém diria não conhecerem música...” (Jean de Léry, Rio, 1577).

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A história da música carioca começa a ser narrada por Jean de Léry, integrante da comitiva do francês Villegaignon. Agradavelmente surpreso com o que ouviu, anotou os cantos tupinambás, o registro mais remoto de nossas práticas musicais.

Nos séculos XVI e XVII, os jesuítas utilizam cantigas para converter os indígenas. Com os escravos africanos chegam ritmos e instrumentos que ficam para sempre.

A música esteve sempre presente, nas igrejas, nos teatros, nas casas e nas ruas. Os primeiros teatros e bandas de música surgem no Rio do século XVIII, carros alegóricos com “trompas, flautas, clarins, oboés e fagotes” desfilam no Carnaval de 1786 e o baile de máscaras inaugural acontece em 1840.

“Os brasileiros são musicistas natos”, observam os alemães Spix e Martius, aportados na cidade em 1817.
No Rio nasceram o samba, o choro, a bossa nova, o funk e Villa-Lobos. A Tijuca é o berço de Tom Jobim, Tim Maia, Nelson Cavaquinho, Roberto e Erasmo Carlos.

A exposição Rio Música percorre a diversidade da música carioca através dos séculos. Desde o cântico tupinambá, passando pelos instrumentos e compositores, visitando a notação musical e culminando com os repertórios atuais, o objetivo é propiciar uma visão panorâmica das múltiplas formas da expressão musical carioca. Leia mais aqui.

Trata-se de uma obra em construção, cuja síntese é a linha do tempo interativa, a cada dia enriquecida pelos talentos que nascem, vivem ou fazem música na Cidade Maravilhosa.

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Rosana Lanzelotte
Curadora

O lado oculto da votação que livrou Donadon

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O pavor da carceragem da Polícia Federal.

Ao longo desta semana, Carta Maior conta o lado oculto na votação que livrou o deputado-presidiário Natan Donadon da cassação. Informações de assessores de gabinetes e consultores da Câmara revelam que o que pesou mais na decisão dos que ajudaram o parlamentar foi o medo de terem o mesmo destino. É que mais de uma centena de deputados é acusada de crimes similares aos de Donadon.
Efeito Orloff

Foi mais do que simples corporativismo. Muitos parlamentares ficaram aterrorizados com a situação de Natan Donadon (Sem partido-RO) porque viram a si próprios em sua pele. Ela tinha as marcas das algemas. É como se, em seus ouvidos, tivesse soado a frase celebrizada por uma antiga propaganda de vodca (Orloff) em que um clone diz ao seu original: "eu sou você amanhã".

A avaliação do caso é feita por assessores da Câmara dos Deputados, que trabalham em gabinetes de diferentes partidos, e consultores legislativos, que são servidores do quadro da Câmara, ouvidos sobre a votação possível, mas inimaginável da última quarta-feira, 28 de agosto.

Todos são assessores ou consultores com, pelo menos, mais de uma década na casa. Conhecem como ninguém o que pensam e como agem os parlamentares. Muitos lidam com os assuntos escabrosos que tiram o sono de seus deputados e, vez por outra, confidenciam seus dramas.

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